Poema: Hilda Hilst

Hilda Hilst (Jaú-SP, 1930 – Campinas-SP, 2004)

Carrega-me contigo, Pássaro-Poesia
Quando cruzares o Amanhã, a luz, o impossível
Porque de barro e palha tem sido esta viagem
Que faço a sós comigo. Isenta de traçado
Ou de complicada geografia, sem nenhuma bagagem
Hei de levar apenas a vertigem e a fé:
Para teu corpo de luz, dois fardos breves.
Deixarei palavras e cantigas. E movediças
Embaçadas vias de Ilusão.
Não cantei cotidianos. Só te cantei a ti
Pássaro-Poesia
E a paisagem-limite: o fosso, o extremo
A convulsão do Homem.

Carrega-me contigo.
No Amanhã.

Poema do livro “Amavisse”, de Hilda Hilst

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Llévame contigo, Pájaro-Poesía
Cuando cruces el Mañana, la luz, lo imposible
Porque de barro y paja ha sido este viaje
Que hago a solas conmigo. Libre de trazado
O de complicada geografía, sin ningún equipaje
He de llevar apenas el vértigo y la fe:
Para tu cuerpo de luz, dos fardos breves.
Dejaré palabras y cánticos. Y movedizas
Turbias vías de Ilusión.
No canté cotidianos. Sólo te canté a ti
Pájaro-Poesía
Y el paisaje-límite: el foso, lo extremo
La convulsión del Hombre.

Llevame contigo.
Al Mañana.

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Traducción: Cristiane Grando e Espérance Aniesa

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